Insónias
Uma amiga ficou uma noite na minha casa e no dia seguinte disse-me estar muito contente por ter conseguido, finalmente, dormir, mesmo numa cama estranha. Ao contrário do que comumente acontece quando as pessoas dormem numa cama alheia, conhecido por “efeito da primeira noite”, esta amiga costuma dormir mal na sua própria cama.
Estou a falar da insónia, que afeta ocasionalmente até um terço da povoação. Este é um dos distúrbios mais comuns e que tem também um efeito negativo na vida diária. Quando não podemos descansar, sentimo-nos irritados e tristes.
Como quebrar então este círculo vicioso? Às vezes, uma pastilha parece ajudar a termos uma noite de descanso. Um par de noites assim parecem dar uma trégua à insónia. Mas se o uso de drogas oferece a oportunidade de relaxamento, também nos dá a mensagem de que tal ajuda é necessária, e que sem ela não podemos dormir. Isto cria uma dependência psicológica que pode bem tornar-se numa dependência física.
E tudo isso sem sabermos totalmente quando ou por quê deixámos de dormir profundamente, por longo tempo e de uma maneira restauradora.
Pode não ser necessário saber a causa da primeira ou das outras noites sem dormir. Mas é importante trabalhar para removermos os fatores que mantêm esta situação estressante, onde a pessoa sem sono sente ansiedade com a perspectiva de entrar na cama para passar outra noite horrível e sem dormir.
Precisamos de uma mudança importante, de modo que, assim como o sono desapareceu, ele poderá voltar.
(Tradução por Gloria Morales de los Ríos)