Pensamentos e ansiedade
Sabia que a maioria das pessoas prefere experimentar dor física do que passar tempo sozinhas com os seus pensamentos?
O pensamento consciente e orientado, uma das funções cognitivas, define-nos como seres humanos.
Mas até que ponto? Por que achamos desagradável ficar sozinhos com os nossos pensamentos? O que faríamos para evitar isso?
Estas e outras questões foram abordadas por psicólogos da Universidade de Virginia e Harvard num estudo publicado recentemente na revista Science.
Siga o link para o artigo original seguido de um sumário surpreendente:
Nesta pesquisa os participantes foram obrigados a ficar, entre 6 e 15 minutos, sózinhos numa sala vazia. Durante este tempo, deviam simplesmente lidar com os seus pensamentos, sem telefones ou outros recursos à mão. Depois, eles deveriam comentar a sua experiência, se tinha sido satisfactória ou complicada.
A conclusão foi que a maioria dos participantes teve dificuldades de concentração e não gostaram da experiência. Para melhorar as condições, o estudo foi novamente realizado mas desta vez num ambiente mais amigável: o próprio lar dos participantes.
O resultado foi ainda mais difícil porque um terço das pessoas não podia evitar fazer outras atividades ao mesmo tempo! E não pareceram apreciar a experiência mais do que a realizada no laboratório.
Assim, uma terceira fase foi concluída:
O que fariam as pessoas para evitar estarem a sós com os seus pensamentos?
A este novo grupo foi-lhes dada a opção de, ou de nada fazer, ou de ser “distraído” recebendo um choque elétrico desconfortável ao pressionar um botão.
No final, 67% dos homens e 25% das mulheres preferiram sofrer essa dor do que não ter nada a fazer!
Como podemos sentir tanta angústia para com nossos pensamentos?
Somos incapazes de estar conosco por alguns minutos?
(Imagem de Sandra Seroubian; Tradução por Gloria Morales de los Ríos)